sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Resultados dos questionários

Durante o mês de Fevereiro, o nosso grupo realizou alguns questionários dentro e fora da escola.
Decidimos fazê-lo a 4 alunos, escolhidos ao acaso, de duas turmas do 8º, 10º, 11º e 12º anos, de modo a abranger uma faixa etária mais alargada (dos 13 aos 18 anos). Para além disso, tal como foi dito anteriormente, abordámos também pessoas fora do nosso recinto escolar, com idades compreendidas entre os 50 e os 55 anos.

Este questionário teve como objectivo percebermos se o nosso tema está bem divulgado na sociedade de hoje em dia, bem como se as pessoas têm algum conhecimento acerca desta temática.

Deixamo-vos aqui as perguntas feitas, bem como a respectiva análise (para uma melhor visualização dos gráficos, cliquem em cima deles):

1. Tem conhecimento do que é a terapia com animais?


2. Acha que este tema está bem divulgado na nossa sociedade?


3. Acha que a terapia com animais tem realmente benefícios?


Foram também questionadas outras perguntas como ''Que terapias conhece?'' e ''Que doenças/deficiências é que acha que este tipo de terapia ajuda?''.
Relativamente à primeira pergunta, apercebemo-nos que as terapias mais conhecidas são a hipoterapia e a terapia com golfinhos, sendo poucos os que reconhecem a asinoterapia ou a terapia com cães como actividades terapêuticas. No entanto, existe ainda muita gente que não tem conhecimento sobre qualquer uma destas terapias.
Relativamente à segunda pergunta, 25% dos questionados não nos souberam responder. Contudo, as doenças/deficiências mais referidas, pelos restantes 75%, foram: Trissomia 21 e Paralisia Cerebral. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Atrelagem Adaptada

No dia 11 de Fevereiro, dois elementos do grupo deslocaram-se até ao Centro de Hipoterapia de Almada, no período da manhã, com a finalidade de observar uma aula de Atrelagem Adaptada. Esta actividade apresenta-se como uma alternativa à exploração das potencialidades do cavalo, como método terapêutico.

A diferença que apresenta relativamente à hipoterapia, onde o cavalo é montado, é que este tem agarrado a si um carro, onde irá a pessoa que vai realizar a actividade terapêutica e o técnico que o irá auxiliar, mantendo-o seguro e confiante. Os factores que levam à escolha da Atrelagem Adaptada, em alternativa à hipoterapia, são: a dificuldade de aproximação ao cavalo; a insegurança pelo mesmo; as características físicas como a obesidade; as características sensoriais como um grande défice de visão ou audição e a pouca elasticidade nas pernas.

Chegada a hora prevista para a realização da actividade, dirigimo-nos para o local onde a actividade terapêutica iria decorrer. Para o sítio fomos no carro, já agarrado ao cavalo, uma vez que este já tinha sido previamente preparado, para a actividade, pelo Nélson.

O Nélson, portador de deficiência, realiza também Atrelagem Adaptada, mas como é mais autónomo tem a oportunidade de ajudar durante a actividade, de preparar os cavalos para a mesma, de arrumar tudo no fim e de tratar dos cavalos do centro, como dar-lhes comida. O Centro de Hipoterapia de Almada, para além de contemplar diversas modalidades terapêuticas, todas elas com a intenção de reabilitar cidadãos portadores de deficiência, tem também a preocupação de ajudar os mais autónomos do grupo que acolhe, dando-lhes a oportunidade de exercer uma função no Centro, adequada às possibilidades de cada um. Para além do Nélson, temos também como exemplo o porteiro Bruno, que sofreu um AVC quando ainda era muito novo. Encontra-se no centro há quatro anos e já ganhou a medalha de prata numa competição de Atrelagem Adaptada.

Assistimos, então, à atrelagem feita por um grupo de pessoas do Externato Zazzo. As deficiências que apresentavam variavam entre Paralisia Cerebral, Trissomia 21, Autismo e doenças do foro mental. Para subir para o carro utilizavam um escadote de três degraus: uns precisavam de mais ajuda, devido às suas incapacidades mais profundas, e outros subiam sozinhos, mostrando uma grande força de vontade. Antes de se ter iniciado a actividade, o Sr. José Manuel Correia, que os acompanhava, estabelecia um mini-diálogo com eles, utilizando palavras meigas e amigáveis, de modo a que estes sentissem que alguém lhes dá atenção e de modo a estabelecer uma relação social.

A actividade consistia na realização de um percurso com diversos obstáculos e/ou dificuldades, conduzindo o cavalo pelo meio desses impedimentos no caminho. Na atrelagem que observámos o objectivo era levar o cavalo a passar no meio de dois pinos com placas numéricas que os identificavam. Desta forma, a postura, o equilíbrio e as qualidades cognitivas/sensórias/motoras como a mobilidade, a atenção, a auto-estima, a socialização e a consciência espácio-temporal, são os diversos aspectos trabalhados na actividade. No decorrer do trajecto, o Sr. José Manuel Correia ia dando indicações como “olha para a frente”, “presta atenção ao que estás a fazer”, “costas direitas”, ao mesmo tempo que também pronunciava “ boa!”, “muito bem!” e “isso!”, com o objectivo de os incentivar, fazendo-os sentir bem pelo facto de estarem a alcançar o que pretendem. Durante a troca das pessoas que iam realizar a actividade, o Nélson ajudava na colocação do escadote e também na colocação direita dos pinos e das placas numéricas espalhadas pelo terreno, que os ajudava a conhecer melhor os números.

Foi uma manhã diferente, onde observámos uma modalidade terapêutica nova para nós, e que nos ajudou, mais uma vez, a concluir que os animais são essenciais na ajuda ao ser humano portador de deficiência.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Um dia na CERCICA

No dia 9 de Fevereiro fomos à instituição CERCICA. Mal chegámos, dirigimo-nos à Dr. Sónia que nos mostrou as instalações do estabelecimento. Ficámos logo surpreendidas com as boas condições que as mesmas apresentavam, bem como com a dimensão destas.

Após visitarmos o espaço, dirigimo-nos à Dr. Graça Costa, com quem já tínhamos contactado previamente na visita à Quinta da Marinha, que nos explicou como decorriam as actividades terapêuticas na instituição. Estas são realizadas por um grupo diferente de pessoas com necessidades especiais, daquelas que fazem sessões terapêuticas, também com cães, na Quinta da Marinha.

Assim, observámos a terapia feita por dois jovens diferentes: a Marta e o Luís. Esta consistia na escovagem de um cão, de modo a treinar a coordenação e a capacidade de mobilização dos braços. Por outro lado, esta actividade contribui para o aumento da auto-estima, uma vez que promove o contacto sociológico e permite estabelecer relações de causa-efeito nas acções realizadas.

Durante a parte da tarde, observámos também uma actividade terapêutica com cães por parte da CERCICA, mas desta vez na Quinta da Marinha, como já tínhamos visto numa visita realizada anteriormente no 1º período. Nesta actividade participam pessoas portadoras de deficiências com mais autonomia.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sara Duarte - a atleta paraolímpica

Sara Duarte, portadora de paralisia cerebral com 72% de incapacidade física permanente, nasceu em Lisboa em 1984.
Chegou à Academia Equestre João Cardiga em 99, onde se iniciou na prática de equitação adaptada, uma das valências da equitação com fins terapêuticos à qual este instituto se dedica. O seu desembaraço, o grande amor que sempre demonstrou pelos cavalos e o carácter determinado levaram o seu treinador, João Cardiga, a apostar na sua formação como cavaleira, levando-a até à competição.

Uma equipa começou a movimentar-se em torno desta corajosa atleta, no sentido de a ajudar a vencer as dificuldades que iam surgindo.

Em 2007, no campeonato do mundo competiu ao lado de 24 países e conseguiu os mínimos para se classificar para os Jogos Para-Olímpicos. Na Holanda, consegue um honroso 4º lugar e melhora todas as marcas do mundial. Com tudo isto, o sonho de ser uma cavaleira olímpica parecia tornar-se uma possibilidade, apesar de ser a única cavaleira a competir nacional e internacionalmente, vencendo a desmotivação e por vezes a indiferença de muitos.

Assim, Sara Duarte e o seu cavalo, Neapolitano Murella, acompanhados pelo seu treinador João Cardiga, partem para Hong Kong, esperando classificar-se entre os 10 primeiros nos jogos para-olímpicos. No entanto, o resultado obtido supera todas as expectativas e esta atleta consegue a melhor classificação de sempre: 5ª lugar.

Considerada uma das figuras do hipismo nacional, Sara Duarte constitui uma ‘‘bandeira de esperança’’ para o Ensino Adaptado em Portugal uma vez que, com as suas características, é a única cavaleira a representar Portugal em competições internacionais.

Para além de cavaleira, Sara Duarte é estudante do 3º ano do curso de Ciências Farmacêuticas, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, sendo um exemplo para todas as pessoas com esta patologia.

A Sara Duarte é mais um dos exemplos de sucesso que mostram os benefícios positivos da terapia com animais, neste caso terapia com o cavalo na equitação adaptada, pois apesar das suas condicionantes, chegou onde chegou com a ajuda eficaz desta actividade terapêutica.

Sabias que existe uma modalidade chamada paradressage?

A equitação com fins terapêuticos pode ser dividida em três vertentes: hipoterapia, equitação terapêutica e equitação adaptada, incluindo-se, nesta última, a paradressage.
Assim sendo, a equitação adaptada é a mais recente das disciplinas equestres federadas, sendo a paradressage a única disciplina de equitação adaptada a participar nos Jogos olímpicos.

A paradressage é uma combinação de elegância, precisão, rigor, perfeição, poder e capacidade e é possivelmente a mais glamorosa de todas as disciplinas equestres. O cavaleiro e o seu cavalo executam uma série de movimentos, num picadeiro marcado, com harmonia e graciosidade.
Existem três classes nas quais os cavaleiros de equitação adaptada podem competir:
- Individual: cavalo e cavaleiro executam uma prova pré-definida;

- Freestyle: cavalo e cavaleiro executam uma coreografia criada individualmente pelo próprio participante que inclui movimentos acompanhados por uma música;

- Equipa: nações competem umas contra as outras, usando os seus três melhores cavaleiros.

As provas de equitação variam de acordo com o nível de capacidade do cavaleiro, nível esse determinado em função das suas incapacidades físicas ou visuais. Uma competição justa requer que atletas com níveis semelhantes de incapacidade compitam entre si. Existem 4 níveis:
• Nível Ia e Ib – maioritariamente atletas utilizadores de uma cadeira de rodas com fraco equilíbrio do tronco e/ou incapacidades de funcionamento de todos os quatro membros, ou nenhum equilíbrio do tronco e bom funcionamento dos membros superiores. Os cavaleiros do nível Ia apenas competem a passo e os de Ib a passo e a algum trote;

• Nível II – maioritariamente atletas utilizadores de cadeira de rodas ou com severas incapacidades físicas, envolvendo o tronco, tendo um médio ou bom funcionamento dos membros superiores, ou severa deficiência unilateral. Os cavaleiros deste nível competem a passo e a um padrão de trote mais complicado, bem como galope médio em Freestyle;

• Nível III – maioritariamente atletas capazes de andar sem suporte, com deficiência unilateral moderada, incapacidade moderada dos quatro membros ou severa incapacidade de braços. Podem requerer uma cadeira de rodas para as distâncias longas ou devido à falta de forças/resistência. Os cavaleiros que competem neste nível competem a passo, trote e galope médio;

• Nível IV – atletas com deficiências em um ou dois membros, ou com algum nível de deficiência visual. Os cavaleiros deste nível podem competir a passo, trote e galope médio.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Obrigada!

Agradecemos a Helena Grilo, mãe do pequeno JP, o texto que escreveu no seu blog sobre o nosso grupo e sobre o trabalho que temos vindo a desenvolver (http://grilices.blogspot.com/2010/02/as-meninas-dos-salesianos-ajuda-mutua.html), bem como toda a amabilidade com que sempre nos recebeu e a disponibilidade e ajuda que tem vindo a prestar ao nosso projecto desde o primeiro contacto.

O Grupo de AP

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Centro de Hipoterapia de Almada

Sábado, dia 30 de Janeiro, dois elementos do grupo voltaram ao Centro de Hipoterapia de Almada durante a parte da manhã. Assistiram a mais uma sessão de hipoterapia do pequeno JP, tendo esta apresentado, desta vez, uma particularidade: decorreu no exterior, no largo espaço que o centro oferece.

O facto da sessão de hipoterapia se ter realizado no exterior, implicou um maior esforço e dedicação por parte do JP, uma vez que o terreno apresenta irregularidades, com subidas e descidas. O JP necessitou de procurar o equilíbrio, o que requereu uma taxa de esforço e de concentração maior. Ao mesmo tempo, tentava mostrar uma postura correcta ao efectuar o percurso com as costas e com a cabeça direitas, sempre que conseguia. Ele apreende os conceitos de equilíbrio e concentração à medida que as exigências do terreno o submetem a tais noções. São estas pequeninas coisas que se fazem notar no seu comportamento futuro.

A opinião dos elementos do grupo que assistiram a esta sessão vai de encontro ao facto do pequeno JP ter correspondido muito bem às características do terreno, tendo tido uma postura correcta e de elogiar.  

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sabias que a zooterapia auxilia pacientes oncológicos?

(texto redigido para o blog Monstros Debaixo da Cama)

Actualmente reconhece-se que o contacto com animais tem bastantes benefícios para o ser humano, sendo estes já frequentemente utilizados como apoio em tratamentos médicos, fazendo inclusivamente visitas a hospitais, principalmente nos Estados Unidos.

Esta actividade terapêutica é designada por zooterapia ou terapia assistida por animais (TAA), sendo já identificados muitos dos seus benefícios. Está provado cientificamente que os animais contribuem para o aumento do bem-estar das pessoas que com eles contactam, bem como para a diminuição do stress (ajudam a tranquilizar a mente). Para além disso, têm a capacidade de descontrair o ambiente, melhorando o humor das pessoas: a presença de animais proporciona uma maior tendência para sorrir – tanto às crianças, como aos adultos, o que é benéfico para o seu tratamento pois o ‘‘rir’’ enche o sangue de endorfinas (um calmante natural) que, além de amolecer o corpo, fortalece o sistema de defesa do organismo, contribuindo para uma mais rápida recuperação. No entanto, a terapia com animais não promete a cura das doenças, mas promove benefícios físicos e mentais comprovados.

Também relativamente a pacientes diagnosticados com cancro, o uso desta terapia é benéfica: verifica-se que pacientes de oncologia reduzem o consumo de analgésicos quando submetidos a zooterapia como terapia integrativa do tratamento.

Os animais mais utilizados são os cães (Golden Retriver e o Labrador), mas no fundo qualquer animal pode ser terapeuta, desde que seja dócil, saudável e bem treinado, devendo também gostar de ‘‘miminhos’’ e não reagir mal face a situações inesperadas.

Apesar do cepticismo da maior parte das pessoas, a aceitação da zooterapia por parte da comunidade médica tem vindo a aumentar progressivamente.