quinta-feira, 25 de março de 2010

Na GNR com a turma


No passado dia 23 de Março, fomos à GNR, durante a tarde, com alguns alunos da nossa turma e com o nosso professor Manuel Horta. Esta visita teve a intenção de lhes proporcionar a observação de uma sessão de hipoterapia, fazendo-os perceber, ao mesmo tempo, em que é que consiste e como é que funciona a terapia assistida por cavalos.

Eram 13h15 quando nos encontrámos à porta da escola para nos dirigirmos até ao local onde se iria realizar a actividade. Chegámos ao 4º Esquadrão, onde fomos muito bem recebidos pelos guardas presentes. Um deles mostrou-nos o caminho para o picadeiro principal. Chegados ao local, visualizámos o picadeiro, bem como a preparação dos cavalos pelos guardas que iam coordenar a actividade terapêutica.

De seguida, o Chefe Dinis Costa, com quem tínhamos contactado e combinado tudo previamente ao telefone, apresentou-se pessoalmente, tendo sido muito agradável com todos os presentes, disponibilizando-se, de imediato, para esclarecer potencias dúvidas que pudessem surgir.

De entre as perguntas que fizemos ao Chefe Dinis Costa concluímos que a GNR aderiu à iniciativa de realizar aulas de hipoterapia em 97/98, devido ao facto de várias instituições terem perguntado diversas vezes à GNR se realizavam estas aulas, o que incentivou a exploração desta terapia, tendo ocorrido, posteriormente, a adesão à mesma até aos dias de hoje. Quanto à formação e preparação necessária dos guardas, o Chefe Dinis Costa disse-nos: “os agentes da GNR não têm uma formação específica para trabalhar com este tipo de pessoas. Na verdade, nós acompanhamos as crianças, guiamos o cavalo no percurso e vamos indicando os exercícios que serão muito importantes para o desenvolvimento da concentração, da postura e do equilíbrio destes meninos. A acompanhar vai sempre a terapeuta da instituição, principalmente nos casos onde a atenção tem de ser redobrada, e, nos casos mais leves, pode ir só um agente a indicar os exercícios a realizar e outro a guiar o cavalo.”.

Os cavalos utilizados apresentam características específicas para poderem trabalhar com estas crianças sem levantar qualquer tipo de risco para elas. A GNR cede o espaço e os cavalos a várias instituições de forma gratuita. O picadeiro apresenta um ambiente relaxante e descontraído, através da música que vai soando, o que é muito agradável e benéfico para quem se encontra no mesmo.


Após a visualização da terapia dos meninos do Centro de Educação Terapêutica do Restelo, tivemos a oportunidade de falar com a terapeuta ocupacional dessa instituição. Na conversa falou-nos de um caso em específico, o da Jerusa, que sofre de autismo. Neste caso, a finalidade prende-se com o captar a atenção da menina, retirando-a do seu mundo, através de dois sentidos: a visão e a audição. Em relação ao primeiro é usada uma bola muito colorida e em relação ao segundo é utilizada uma bola que faz barulho. A Jerusa apresenta um grande receio de tudo o que a tira do chão, o que faz com que fique desconfortável e com medo, mas com o auxílio da hipoterapia já chegaram ao ponto de a conseguirem colocar em cima do cavalo. É um processo gradual, mas que mostra já melhorias em diversos aspectos.
No final, vimos ainda a actividade realizada por meninos autistas de uma segunda instituição. Alguns dos exercícios eram novos e bastante interessantes, o que os cativava e entusiasmava, ao mesmo tempo que trabalhavam a parte cognitiva.

Esta visita é mais uma prova de que não devemos olhar para realidades como a deficiência de uma forma particular, apenas por nos serem estranhas, uma vez que, hoje em dia, já existem muitos meios que auxiliam, que apoiam e que se preocupam (como a GNR, o Estado e as Instituições) com estas pessoas com necessidades especiais, o que as torna felizes e o que, por vezes, melhora as suas condições.

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