segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Entrevista com Graça Costa e Patrícia Rodrigues

Quando visitámos a Quinta da Marinha tivemos a oportunidade de falar com uma das responsáveis pela realização da actividade terapêutica com cães, Graça Costa, que nos esclareceu algumas dúvidas:

P: Para realizar este tipo de terapia necessita de ter um curso próprio?

R: Sim. Tirei uma licenciatura em Terapia Ocupacional, que é um curso que corresponde ao tratamento de condições de saúde que afectam o desempenho das pessoas em qualquer fase da vida através do envolvimento em actividades significativas, com o objectivo de lhes proporcionar o seu máximo nível de funcionalidade e de independência nas ocupações em que desejam participar.


P: Quais são as melhorias que se verificam nas pessoas que realizam terapia com animais?

R: Eles [quem realiza este tipo de terapia] têm que estar atentos aos animais e ao percurso que têm de realizar, o que contribui para o desenvolvimento da memória, da atenção, da coordenação motora e da noção espácio-temporal. Para além disso, o facto de estabelecerem uma relação com o animal, neste caso o cão, permite uma diminuição da ansiedade e da agressividade, bem como o aumento do sentido de responsabilidade para com os outros.
Este tipo de terapia ajuda também no aumento da auto-estima, confiança e capacidade comunicativa, devido ao facto de o cão lhes obedecer quando eles lhe dão uma ordem.


P: E essas melhorias que nos descreveu são imediatas?

R: Não, nem tão pouco mais ou menos. As pessoas que vocês viram aqui hoje a fazer esta actividade já a fazem há cerca de oito anos.


P: Esta actividade terapêutica é benéfica para qualquer doença ou para apenas uma em específico?

R: Para todas não, mas abrange uma vasta gama de doenças, como por exemplo trissomia-21, paralisia cerebral, autismo, deficiências motoras e visuais.


P: Já alguma vez alguma destas pessoas conseguiu evoluir de tal maneira conseguindo inserir-se, com sucesso, no mercado de trabalho?

R: Sim, conhecemos alguns casos, o que prova que esta terapia pode ajudar bastante a pessoa que a realiza.

Tivemos também a oportunidade de falar com Patrícia Rodrigues, igualmente responsável pela actividade, que nos explicou todas as características que tornam os cães aptos a participar nesta actividade e quais as raças mais comuns destes cães de terapia (nem todos o podem fazer), bem como o treino a que têm que ser submetidos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Visita à Quinta da Marinha

No dia 20 de Outubro, durante a parte da tarde, fomos ver uma actividade terapêutica da CERCICA, com cães, na Quinta da Marinha.

Quando o autocarro da instituição chegou, fomos ter com a Graça Costa, uma das responsáveis pela organização da actividade. Enquanto falávamos com a terapeuta para sabermos em que é que consistia a actividade que se ia realizar, as pessoas portadoras de deficiências mostraram grande interesse em interagir connosco: queriam dar-nos um passou-bem (uns mais do que uma vez) e saber os nossos nomes, mostrando satisfação por verem pessoas que não conheciam e que estavam interessadas nos problemas deles e nas actividades que iam realizar.

A actividade consistia na realização de um percurso que eles tinham que memorizar, conduzindo um cão (a tocha - golden retriever, o dixie - labrador preto e o simba - labrador branco) com uma pequena bola vermelha que produzia um som, incentivando-o a ultrapassar diferentes obstáculos.

As pessoas são, inicialmente, divididas por grupos conforme o cão que vão utilizar (os cães reagem consoante a maneira como uma pessoa age, por isso é que fazem uma divisão do grupo em sub-grupos: de modo a adequar o cão à pessoa). Para além disso, as pessoas mais energéticas e extrovertidas são as primeiras, de modo a cansar os cães.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CERCICA

A CERCICA (Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais) presta educação a uma parte da população que não encontrava resposta no Ensino Regular.

Tem por missão a solidariedade social e o desenvolvimento de actividades de apoio em diferentes domínios de intervenção, dirigidos a indivíduos com deficiência mental ou com problemas de inserção sócio-profissional, visando a defesa dos seus direitos individuais, de pessoa e de cidadania.

Com efeito, em 1976, ano da abertura da CERCICA, a população com deficiência mental, em idade escolar, estava ainda praticamente excluída da escola.

Nessa perspectiva, um grupo de pais, técnicos e outras pessoas interessadas, empenharam-se em criar a CERCICA, uma Instituição de Solidariedade Social, com carácter complementar, na educação e reabilitação social.