Quando visitámos a Quinta da Marinha tivemos a oportunidade de falar com uma das responsáveis pela realização da actividade terapêutica com cães, Graça Costa, que nos esclareceu algumas dúvidas:
P: Para realizar este tipo de terapia necessita de ter um curso próprio?
R: Sim. Tirei uma licenciatura em Terapia Ocupacional, que é um curso que corresponde ao tratamento de condições de saúde que afectam o desempenho das pessoas em qualquer fase da vida através do envolvimento em actividades significativas, com o objectivo de lhes proporcionar o seu máximo nível de funcionalidade e de independência nas ocupações em que desejam participar.
P: Quais são as melhorias que se verificam nas pessoas que realizam terapia com animais?
R: Eles [quem realiza este tipo de terapia] têm que estar atentos aos animais e ao percurso que têm de realizar, o que contribui para o desenvolvimento da memória, da atenção, da coordenação motora e da noção espácio-temporal. Para além disso, o facto de estabelecerem uma relação com o animal, neste caso o cão, permite uma diminuição da ansiedade e da agressividade, bem como o aumento do sentido de responsabilidade para com os outros.
Este tipo de terapia ajuda também no aumento da auto-estima, confiança e capacidade comunicativa, devido ao facto de o cão lhes obedecer quando eles lhe dão uma ordem.
P: E essas melhorias que nos descreveu são imediatas?
R: Não, nem tão pouco mais ou menos. As pessoas que vocês viram aqui hoje a fazer esta actividade já a fazem há cerca de oito anos.
P: Esta actividade terapêutica é benéfica para qualquer doença ou para apenas uma em específico?
R: Para todas não, mas abrange uma vasta gama de doenças, como por exemplo trissomia-21, paralisia cerebral, autismo, deficiências motoras e visuais.
P: Já alguma vez alguma destas pessoas conseguiu evoluir de tal maneira conseguindo inserir-se, com sucesso, no mercado de trabalho?
R: Sim, conhecemos alguns casos, o que prova que esta terapia pode ajudar bastante a pessoa que a realiza.
Tivemos também a oportunidade de falar com Patrícia Rodrigues, igualmente responsável pela actividade, que nos explicou todas as características que tornam os cães aptos a participar nesta actividade e quais as raças mais comuns destes cães de terapia (nem todos o podem fazer), bem como o treino a que têm que ser submetidos.